Você sabe qual é o papel da ocitocina na amamentação? Essa substância, conhecida como “hormônio do amor”, ajuda a explicar muitas coisas sobre o vínculo entre mãe e bebê.
A gravidez normalmente é acompanhada por uma série de mudanças hormonais que podem assustar as futuras mães, principalmente quando os hormônios são considerados vilões da estabilidade emocional.
Mas, na verdade, esta é uma visão muito superficial, já que as alterações hormonais indicam que o seu organismo está trabalhando para facilitar tanto o parto quanto a amamentação.
A natureza é sua aliada, e o seu corpo sabe o que precisa ser feito diante das transformações notáveis que acontecem quando um bebê está a caminho.
Assim, a ocitocina pode ser considerada uma das estrelas desse espetáculo. E é por isso que ela merece nossa atenção.
Ao longo deste artigo, vamos explicar o que é a ocitocina, quando ela entra em cena e, principalmente, como esse “hormônio do amor” desempenha um papel fundamental na amamentação e no parto.
Continue a leitura!
O que é ocitocina?
Do ponto de vista científico, a ocitocina é um hormônio cuja liberação é associada à sensação de prazer.
Ela é produzida em uma parte do cérebro chamada hipotálamo e secretada pela glândula pituitária, funcionando como um neurotransmissor, ou seja, como um mensageiro que transporta informações para diversas áreas do organismo.
Mas ainda que isso tudo possa parecer muito complexo, você certamente reconhece as sensações que a ocitocina pode causar.
Em primeiro lugar, é importante destacar que a produção de ocitocina não se restringe ao momento do parto e ao período de amamentação, nem é uma exclusividade das mulheres.
Ela é liberada em diferentes momentos e pode ser a responsável pela sensação de prazer vivenciada nas mais diversas situações, como por exemplo o orgasmo ou o recebimento de uma boa notícia.
Mas como o nosso assunto é a maternidade, imagine, por exemplo, aquele momento mágico em que a mãe segura seu bebê pela primeira vez após o parto. A cena é envolvente: um olhar trocado entre mãe e filho e a certeza de que algo especial está acontecendo. Essa é a ocitocina em ação, criando um vínculo profundo e indescritível.
Do mesmo modo, é crucial o papel desempenhado pela ocitocina na amamentação. Mães que amamentam e se sentem extremamente felizes com certeza estão liberando boas doses de ocitocina.
Nos próximos tópicos vamos entender melhor os estímulos que levam à liberação dessa substância e qual é o papel da ocitocina na amamentação e no parto.
Quando a ocitocina é liberada?
Qualquer pessoa pode produzir a ocitocina, mas as situações que estimulam essa produção variam bastante.
Alguns exemplos estão relacionados com o contato físico, como ocorre nas relações sexuais, quando se abraça um amigo ou quando uma mãe segura seu bebê no colo no momento de amamentar.
Mas a ocitocina também pode ser liberada a partir de práticas que estão relacionadas às próprias preferências de cada pessoa, como a leitura, a música e a atividade física.
E, por falar em atividade física, os hábitos saudáveis em geral também podem favorecer a produção de ocitocina.
Isso significa que, se você está se sentindo exausta por conta da nova rotina após a chegada do seu bebê, uma alimentação balanceada e um cochilo durante o dia podem ajudar a estimular a produção de ocitocina e, consequentemente, tornar esse período mais leve e prazeroso.
Por outro lado, a vivência de repetidas situações de estresse e ansiedade, o sedentarismo e o consumo de carboidratos e açúcares em excesso podem inibir a produção da ocitocina.
Em resumo: a ocitocina costuma ser produzida em momentos felizes, de conexão emocional e vínculo. Portanto, as situações que desencadeiam desconforto físico ou emocional impedem a liberação dessa substância tão importante.
Mas você pode estar se perguntando: se na hora do parto as mães costumam sentir muita dor, qual é o papel da ocitocina nesse momento?
O paradoxo aparente entre a dor e o prazer nesse contexto é intrigante. A ocitocina entra nessa história desempenhando um papel multifacetado.
Durante o trabalho de parto, ela é liberada em resposta às contrações uterinas, ajudando no processo de dilatação do colo do útero.
Ou seja, a presença da ocitocina é um sinal de que o organismo está trabalhando para alcançar o alívio da dor, que ocorre depois que o bebê nasce.
É por isso que a ocitocina intensifica as contrações quando você entra em trabalho de parto. O seu corpo entende que o único caminho para se livrar da dor é a “expulsão” do bebê.
Assim, a dor e o prazer coexistem: você enfrenta o medo associado ao parto e o seu corpo consegue suportar a dor ao mesmo tempo em que você vivencia a alegria de ver o seu filho pela primeira vez. Fascinante, né?
Agora vamos descobrir como atua a ocitocina na amamentação.
Qual é o papel da ocitocina na amamentação?
Embora não seja a responsável pela produção do leite materno, a ocitocina é uma grande amiga da amamentação, sendo liberada tanto pela mãe quanto pela criança.
O movimento de sucção feito pelo bebê cria impulsos elétricos no corpo da mãe e esses impulsos chegam até o cérebro estimulando a produção de ocitocina, que é levada pela corrente sanguínea até as glândulas mamárias, onde ajuda a “empurrar” o leite pelos ductos.
Por outro lado, a sensação de conforto proporcionada pelo colo e o seio da mãe também estimulam a liberação de ocitocina pelo cérebro do bebê. Tudo isso de modo sincrônico.
Mas o contato da boca do bebê com o seio da mãe não é o único fator que estimula a produção da ocitocina.
O vínculo é tão surpreendente que muitas mães sentem o leite vazando simplesmente porque olharam para o seu bebê sorrindo, ouviram seu choro no outro quarto ou sentiram o seu cheirinho.
Ou seja, a ocitocina pode ser produzida por estímulos associados a todos os sentidos, sendo considerada uma substância fundamental para garantir o aleitamento materno.
A propósito, as várias possibilidades de estímulos são grandes aliadas das mães que precisam ordenhar o leite materno.
Se você está criando o seu estoque de leite, uma boa estratégia é fazer as ordenhas na presença do seu bebê, enquanto ele dorme ou brinca, por exemplo.
A sensação prazerosa provocada ao observar o bem-estar do seu pequeno pode estimular a produção da ocitocina, que vai ajudar na descida do leite.
E esse processo é cíclico: a presença da ocitocina pode reduzir os níveis de estresse, o que torna a amamentação mais prazerosa, facilitando o enfrentamento de possíveis desafios que, quando superados, levam à produção de mais ocitocina.
Mas para isso, é preciso criar condições favoráveis ao desencadeamento desse ciclo, buscando os elementos que te ajudam a se sentir tranquila e autoconfiante.
A presença da ocitocina na amamentação e no parto pode ser reduzida em função de situações que te deixam insegura ou da presença de pessoas em quem você não confia, por exemplo.
Em outras palavras, você precisa estar à vontade, da mesma forma que ocorre em uma relação sexual. Qualquer “quebra de clima” pode ser fatal, atrapalhando a atuação primorosa da ocitocina na amamentação.
Então, crie um ambiente acolhedor e confortável para amamentar o seu bebê. Você pode recorrer, por exemplo, à luz baixa, à música calma e à própria organização do espaço tornando-o o mais aconchegante possível.
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