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Os benefícios e desafios da amamentação: fugindo do complemento

Você provavelmente já sabe da importância da amamentação para a saúde e o desenvolvimento do do bebê, mas você sabia que existem diversos outros benefícios, que também incluem a saúde e o bem-estar da mãe, além das vantagens para a sociedade em geral?

O problema é que os desafios da amamentação também são muitos, a começar pelas crenças infundadas e pelo incentivo, até mesmo de profissionais da saúde, ao desmame precoce.

Tire suas principais dúvidas sobre amamentação no nosso guia completo.

O que você vai conferir neste guia:

  • Qual é a orientação do Ministério da Saúde para a amamentação?
  • O que é amamentação exclusiva e em livre demanda?
  • Quais os benefícios da amamentação?
    • Benefícios da amamentação para o bebê
    • Benefícios da amamentação para a mãe
    • Benefícios para a sociedade
  • Quais são os principais desafios da amamentação?
  • Como garantir a amamentação do meu filho e fugir da fórmula?

Qual é a orientação do Ministério da Saúde para a amamentação?

A orientação do Ministério da Saúde quanto à amamentação é de que o leite materno seja oferecido ao bebê até os dois anos de idade ou mais e que seja seu alimento exclusivo até os seis meses.

Ou seja, até os seis meses de idade, o bebê não necessita de outro alimento. Portanto, nada de chás, sucos, água ou outro tipo de leite.

O leite materno é um alimento completo, perfeito, sendo o ideal para o bebê em seus primeiros meses de vida.

Este é um consenso entre as principais instituições e organizações ligadas à saúde e à infância. Portanto, a amamentação, sempre que possível, deve ser o seu plano A.

Ela deve começar na primeira hora de vida do bebê — a famosa golden hour — ainda na sala de parto, pois além de cumprir primorosamente a função nutricional, ela tem um papel emocional importantíssimo, ajudando a mulher, inclusive, a passar melhor pelo puerpério.

Isso vale tanto para o bebê quanto para a mãe. É bom lembrar que a necessidade de nutrição é apenas uma das razões pelas quais a amamentação é tão importante.

São esses benefícios comprovados que sustentam as recomendações sobre amamentação divulgadas pelo Ministério da Saúde, que se baseiam nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entre essas recomendações cabe destacar também a amamentação continuada, ou seja, o bebê deve continuar sendo amamentado mesmo depois que começa a consumir outros alimentos.

O ideal é que, após completar seis meses de idade, o bebê tenha acesso a outros alimentos de forma gradativa, com a permanência do leite materno como fonte nutricional.

A concomitância entre a amamentação e os alimentos sólidos deve ocorrer até os dois anos ou mais, se assim desejarem o bebê e a mãe.

Além do posicionamento da OMS e do Ministério da Saúde, cabe citar outras instituições, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Sociedade Americana de Pediatria.

As recomendações de todas essas instituições são muito semelhantes, o que atesta a importância da amamentação em diversos aspectos.

Em resumo: as autoridades reconhecidas na área da saúde e da infância recomendam a amamentação exclusiva até os seis meses, a introdução de outros alimentos gradualmente após este período, a amamentação prolongada até que o bebê complete dois anos ou mais, a amamentação em livre demanda e o incentivo ao contato pele com pele da mãe com o bebê logo após o parto.

O que é amamentação exclusiva e em livre demanda?

Ao buscar informações ou orientações sobre amamentação, você certamente vai se deparar com essas duas expressões: amamentação exclusiva e amamentação em livre demanda. Elas são duas recomendações do Ministério da Saúde e de outras organizações citadas no tópico anterior.

Quando uma campanha do Ministério da Saúde incentiva a amamentação em livre demanda, significa que a recomendação é que o bebê seja amamentado na hora que ele quiser e quantas vezes ele quiser.

Essa orientação é válida principalmente para os seis primeiros meses da criança, quando também é recomendada a amamentação exclusiva, que significa que o leite materno deve ser o único alimento oferecido ao bebê, de preferência diretamente do seio da mãe.

Vale lembrar que o leite materno é o alimento mais completo que existe. As fórmulas infantis podem tentar imitá-lo e contar com toda uma indústria querendo convencer você de que esse alimento, ultraprocessado, é o melhor pro seu bebê.

Todavia, o alimento mais adequado para um bebê sempre será o leite materno, sobretudo em seus primeiros meses de vida. Sendo assim, mesmo que você tenha alguma dificuldade com a amamentação, é possível estimular (e aumentar!) sua produção de leite.

A fórmula deve ser o plano C.

É importante lembrar que 90% das mulheres são fisiologicamente capazes de amamentar. Então, por mais que você se sinta insegura, o mais natural é que tudo dê certo e você consiga cumprir as recomendações e manter o seu bebê saudável e feliz.

Quanto à amamentação em livre demanda, ela é recomendada porque nos primeiros meses é natural que a criança procure pelo seio da mãe com muita frequência e sem horários regulares.

É um período de adaptação e o ato de mamar ajuda o bebê a se sentir seguro e acolhido. Em geral, um bebê em amamentação exclusiva mama de oito a 12 vezes ao dia.

Então, não pense que seu bebê não está bem alimentado ou que seu leite é fraco ou insuficiente para sustentá-lo. Isso é mito! Ao acreditar que seu bebê está “passando fome”, você pode ficar insegura e introduzir complementos alimentares sem necessidade.

Se o bebê sente vontade de mamar muitas vezes ao longo do dia, você o amamenta e ele se desenvolve bem (ganha peso e faz bastante xixi), está tudo certo. Significa que vocês estão construindo um elo importante e que o seu bebê está bem alimentado e satisfeito.

Quais os benefícios da amamentação?

Como mencionei acima, o leite materno é o melhor e mais completo alimento do mundo. Ele atente a todas as necessidades nutricionais do bebê, contando com mais de 1.000 tipos de gorduras e proteínas diferentes, mais de 40 enzimas, anticorpos, hormônios, probióticos, carboidratos, vitaminas e minerais.

Além disso, ele proporciona uma digestão mais adequada que qualquer outro tipo de leite, contando com milhões de células vivas, que protegem a criança de várias doenças e favorecem seu desenvolvimento.

Sendo assim, a simples satisfação de todas as necessidades nutricionais do seu bebê é o maior benefício que a amamentação pode representar.

Mas o bebê não é o único favorecido com a amamentação. A mãe e a sociedade em geral também têm muito a ganhar. Vamos ver quais são os principais benefícios da amamentação para todas essas camadas!

Benefícios da amamentação para o bebê

  • Nutrição: o leite materno é o melhor alimento que você pode oferecer ao seu filho para que ele cresça saudável e forte em termos nutricionais;
  • Desenvolvimento do sistema imunológico e microbiota: componentes do leite materno como probióticos e anticorpos ajudam a povoar o intestino do bebê com bactérias benéficas, além de combater bactérias maléficas, vírus e fungos. Além disso, eles ajudam na regulação e modulação da resposta imune;
  • Prevenção de doenças: a riqueza da composição do leite da mãe previne doenças como diarreia, asma, alergias, pneumonia, morte súbita, cáries, leucemia e diabetes tipo 2;
  • Desenvolvimento facial e fala: sugar o seio da mãe é um ótimo exercício para o desenvolvimento da face da criança e dos músculos ligados à fala;
  • Desenvolvimento cerebral e QI: que tal contribuir desde cedo para o desenvolvimento intelectual do seu filho? há evidências científicas de que a amamentação favorece as questões ligadas à cognição;
  • Ganho de peso adequado: mesmo que o bebê mame muitas vezes ao longo do dia, com cerca de 70 calorias para cada 100 ml, o leite materno é um alimento que previne a obesidade;
  • Hidratação: seu bebê não precisa beber água nos primeiros meses de vida. O leite materno contém 87% de água e cumpre muito bem a função de hidratação.

Benefícios da amamentação para a mãe

  • Redução do risco de depressão pós-parto: durante a amamentação, a liberação de hormônios como a ocitocina cria a sensação de bem-estar de de vínculo entre a mãe e o bebê;
  • Recuperação física pós-parto: a amamentação estimula a contração do útero, para que ele retome seu tamanho normal, contribuindo com a redução do sangramento pós-parto;
  • Redução do risco de doenças: a amamentação está associada à redução dos riscos de doenças como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e cânceres de mama, útero e ovários;
  • Conveniência: a amamentação é sinônimo de praticidade, pois o alimento está pronto e na temperatura ideal, evitando a necessidade de preparar ou aquecer mamadeiras;
  • Vínculo emocional: o contato e a interação da mãe com o bebê durante a amamentação fortalecem os laços e promovem um vínculo único;
  • Economia financeira: com a amamentação, você evita os gastos com as fórmulas, que podem ter altos preços, além da aquisição de acessórios, como bicos de mamadeiras;
  • Perda de peso: a amamentação emagrece e pode te ajudar a recuperar o peso adquirido durante a gravidez, pois aumenta o seu gasto energético e ajuda a consumir as reservas acumuladas de gordura.

Benefícios da amamentação para a sociedade

  • Saúde pública: a amamentação salva vidas e reduz a incidência de doenças em crianças e nas mães;
  • Redução dos custos de promoção da saúde: a amamentação exclusiva nos primeiros meses do bebê está associada à redução de internações e consultas médicas, o que corresponde também à redução dos custos de saúde;
  • Proteção ambiental: a amamentação reduz a produção de lixo e os insumos industriais, reduzindo o impacto ambiental em comparação com as fórmulas, que geram resíduos e consomem mais recursos naturais;
  • Desempenho e produtividade: como favorece o desenvolvimento cognitivo das crianças, a amamentação pode favorecer a sociedade a longo prazo, com pessoas mais produtivas e com bom desempenho acadêmico;
  • Cultura da amamentação inclusiva: com o incentivo à amamentação, as mães se sentem mais confortáveis, reduzindo os tabus e estigmas ligados ao assunto.

Quais são os principais desafios da amamentação?

Agora que você já conhece a importância e os benefícios da amamentação, pode estar pensando no seu caso específico e em eventuais desafios que podem ser enfrentados.

A insegurança é natural, principalmente se você é mãe de primeira viagem. As opiniões são muitas, mesmo que não sejam solicitadas.

É muito importante entender que, mesmo que você e seu bebê sejam únicos, há muitas mães enfrentando desafios semelhantes aos que você encontra pelo caminho.

Tenha em mente que praticamente todos eles são solucionáveis e busque criar uma rede de apoio que realmente te ajude neste momento tão desafiador. Veja a seguir os desafios mais recorrentes para a amamentação:

  • Mastite: ocorre quando há uma infecção bacteriana que causa dor, calafrios e febre. Ela pode ser resolvida com o tratamento adequado e cuidados como a utilização de compressas quentes, o esvaziamento eficiente da mama, o descanso e o apoio emocional;
  • Ductos entupidos: relacionada à obstrução dos ductos de leite, eles também causam muita dor, mas sem febre. Normalmente, o ducto pode ser desentupido com o próprio bebê indo ao seio mamar com frequência e em diferentes posições. Vale lembrar que você nunca deve furar o ducto. Por mais tentador que isso possa parecer, criar um trauma no seio pode permitirá a entrada de bactérias, fazendo seu ducto entupido evoluir para uma mastite
  • Dificuldades na pega correta do seio: se o bebê não pega o seio da forma adequada, haverá uma dificuldade na drenagem da mama, além de provável fissuras no mamilo, que também podem ser bem dolorosas. Uma consultora de amamentação pode avaliar se a pega do bebê está correta;
  • Volta ao trabalho: muitas mães acreditam que, ao fim da licença-maternidade, precisarão desmamar seus bebês, mas isso não é verdade. É possível continuar amamentando com uma rotina de ordenha adequada e um estoque de leite materno;
  • Crenças infundadas: a busca por informação e orientação é o melhor antídoto contra armadilhas que podem roubar a sua amamentação, como a crença de que existe leite materno fraco, que mulher que passou por cirurgia mamária não amamenta, etc..

Como garantir a amamentação do meu filho e fugir da fórmula?

Em primeiro lugar, é importante destacar que a fórmula é um alimento válido, que deve ser oferecido ao bebê até um ano de idade quando existe uma impossibilidade da oferta de leite materno.

Portanto, há situações em que, sim, a fórmula será necessária. Mas, como sempre falamos por aqui, ela deve ser o seu plano C. Isso significa que a primeira opção deve ser amamentar o seu bebê exclusivamente e direto no seio.

Caso a amamentação diretamente no seio não seja possível, ou a você não queira amamentar (e tudo bem!), você pode estabelecer uma rotina de ordenha com o auxílio de uma bomba tira-leite. Assim, seu bebê pode ser aleitado com o seu leite, através de outros dispositivos de ofertas, como mamadeiras, copos e colheres dosadoras.

Essa rotina e as técnicas corretas também vão ajudar a estimular a produção de leite, caso a produção esteja sendo insuficiente.

Se, mesmo com esses esforços, o leite materno não for suficiente para a alimentação do bebê, pode-se estabelecer uma alimentação mista, unindo a fórmula com a amamentação. A substituição total do leite materno pela fórmula só deve acontecer se todas essas alternativas não forem viáveis. Aí sim, temos o plano C.

Se você deseja seguir as recomendações expostas aqui e proteger sua amamentação, é importante fugir das armadilhas que fazem o leite “secar”.

A principal delas é o uso de bicos artificiais, como as mamadeiras e chupetas, que não são recomendadas pelo Ministério da Saúde. Algumas crianças, depois de utilizarem a mamadeira, começam a recusar o seio da mãe, uma condição conhecida como confusão de bicos.

Quanto às chupetas, além de também poderem gerar a confusão de bicos, sua utilização reduz a frequência da amamentação, o que pode comprometer a produção de leite. A oferta de outros leites, além de água, sucos e chás, também está associada ao desmame precoce.

Se você já está complementando a alimentação do seu bebê com o oferecimento da fórmula infantil, não se sinta mal por isso.

Mães devem ser apoiadas e não julgadas. Saiba que é totalmente possível voltar à amamentação exclusiva, se este for o seu desejo. E eu estou aqui para te ajudar nessa missão.

Para isso, você precisará aumentar a sua produção de leite materno criando uma rotina de ordenha que se adeque a sua necessidade. Tudo isso está esmiuçado no curso “Como aumentar a produção de leite materno”, que já ajudou mais de 2.500 famílias a retomarem o aleitamento exclusivo.

O curso conta com 20 módulos e, ao adquiri-lo, você passa a fazer parte da Comunidade Bebê Sem Fórmula no Facebook, que é exclusiva para alunas. Acesse a página do curso para saber mais detalhes e colocar em prática o propósito de aumentar a sua produção de leite e resgatar a amamentação de forma eficiente para o seu bebê.