Você sabe o que é hiperlactação? Embora não seja a preocupação mais frequente das mães, essa condição pode causar desconforto e prejudicar o processo de amamentação.
Nos próximos tópicos, você vai saber o que é, quanto tempo dura e quais são os sinais da produção excessiva de leite materno.
Continue a leitura!
O que é hiperlactação?
Mães e futuras mães que fazem questão de amamentar seus pequenos geralmente se preocupam com a possibilidade de enfrentar uma baixa produção de leite, mas não imaginam que pode acontecer justamente o contrário.
Produzir leite materno em abundância é a meta de muitas mães, até porque se o seu bebê não precisar de todo o leite, você pode fazer um estoque e até mesmo pensar em doações para o banco de leite humano da sua cidade, ajudando outras crianças a receberem o melhor alimento do mundo.
No entanto, nem sempre a produção de leite materno em abundância é considerada saudável. Quando esta produção é excessiva, ela é chamada de hiperlactação e pode trazer consequências negativas tanto para a mãe quanto para o bebê.
Muitas mães, ao se prepararem para amamentar, se deparam com o termo “hiperlactação” ao buscarem informações sobre o universo do aleitamento materno.
A princípio, o conceito pode passar batido, já que a baixa produção de leite tende a gerar uma preocupação maior, mas é importante pensar em todas as possibilidades e se preparar para as mais variadas situações.
Simplificando o conceito, a hiperlactação é uma produção excessiva de leite materno, o que pode soar como um “problema bom”, já que mais leite significa mais nutrição para o seu bebê.
No entanto, a hiperlactação pode apresentar desafios significativos.
Imagine um reservatório transbordando. Assim como um cano que libera mais água do que o necessário, o corpo de uma mãe pode produzir mais leite do que o bebê é capaz de consumir, levando a uma série de questões que podem impactar a experiência de amamentação.
Para algumas mães, a hiperlactação pode se manifestar como uma enxurrada de leite durante as mamadas, fazendo com que o bebê engasgue com frequência.
Outras podem notar que seus seios ficam constantemente desconfortáveis, mesmo após a amamentação. É como se o interruptor da produção do leite não pudesse ser desligado.
É importante ressaltar que a hiperlactação não é apenas sobre a quantidade de leite, mas também sobre a velocidade com que ele é liberado. Mamadas rápidas e intensas podem deixar tanto a mãe quanto o bebê exaustos e frustrados.
Se você se identifica com essas descrições, pode ser que você esteja lidando com a hiperlactação. Mas se o seu bebê ainda está a caminho e você quer se preparar da melhor forma para recebê-lo, também é importante estar ciente desse possível problema.
No próximo tópico, vamos tirar as ́ principais dúvidas sobre hiperlactação. Acompanhe com a gente.
A hiperlactação dura quanto tempo?
Se você está enfrentando hiperlactação, pode estar se perguntando: quanto tempo isso vai durar? Bem, a resposta não é tão simples.
A duração da hiperlactação pode variar de uma mãe para outra e depender de uma série de fatores, incluindo a própria fisiologia da mulher, os padrões de amamentação e até mesmo o desenvolvimento do bebê.
Para algumas mães, a hiperlactação pode ser uma condição temporária, que diminui à medida que o corpo se ajusta à demanda do bebê.
Por exemplo, nos primeiros meses de amamentação, é comum que a produção de leite seja mais abundante do que o necessário, enquanto o corpo da mãe ainda está se adaptando às necessidades da criança.
Com o tempo, a maioria das mães experimenta uma regulação natural da produção de leite, o que vai atenuando os sintomas da hiperlactação.
No entanto, para algumas mães, a hiperlactação pode persistir por mais tempo, exigindo cuidados adicionais. Em alguns casos, ela pode continuar ao longo de toda a fase de amamentação.
É importante observar que a duração da hiperlactação pode ser influenciada por fatores como a frequência e a eficácia das mamadas do bebê, além das ordenhas.
Pode acontecer, por exemplo, que a mãe, muito preocupada com a necessidade de retorno ao trabalho após a licença maternidade, já planeje criar um estoque de leite desde os primeiros dias de vida do bebê.
Se essa preocupação levar a uma rotina de ordenhas frequentes em um período em que a produção de leite já é naturalmente abundante, o organismo dessa mãe vai compreender as ordenhas como uma necessidade de aumento da demanda por leite materno e vai se esforçar para produzi-lo em maiores quantidades. O resultado será a hiperlactação.
Nesse caso, ao persistir com o estímulo frequente à produção de leite, a mãe estará lidando com um ciclo de hiperlactação sem prazo para acabar.
Por outro lado, se você está lidando com a hiperlactação sem que haja estímulos excessivos à produção de leite materno, o mais comum é que o problema não persista por muito tempo.
Há uma primeira regulação natural da produção de leite materno por volta do terceiro mês do bebê, quando o corpo da mãe já se acostumou à demanda da criança e se adapta para atender às necessidades dela sob medida. Mais tarde, uma nova regulação acontece quando o bebê passa a consumir outros alimentos.
Resumindo, o mais natural é que a hiperlactação não seja um problema persistente, mas em alguns casos, mesmo após o período de regulação e sem o estímulo exagerado da produção de leite, as mães podem continuar produzindo muita prolactina, o hormônio responsável pela disponibilidade do leite materno, o que leva à persistência da hiperlactação.
A hiperlactação dá febre?
A febre está entre os sintomas mais associados, erroneamente, à hiperlactação e também é um dos mais temidos pelas mães, já que é capaz de prejudicar sua rotina de cuidados com o bebê.
No entanto, é importante esclarecer que a hiperlactação em si não causa febre. Porém, ela pode levar a outras situações, como o ducto entupido e a mastite, que com frequência têm a febre como sintoma.
É possível também que, ao lidar com a hiperlactação, algumas mães experimentem uma sensação de calor ou até mesmo febre baixa durante ou após as mamadas, devido ao aumento do fluxo sanguíneo nos seios.
Essa sensação de calor não deve ser motivo de preocupação, pois é uma resposta natural do corpo à estimulação da produção de leite.
Durante a amamentação, os hormônios responsáveis pela liberação do leite, como a ocitocina, causam essa sensação de calor.
Se essa sensação não culmina em um grande desconforto ou indisposição, não há razão para se preocupar.
No entanto, é importante distinguir entre a sensação de calor fisiológica e uma verdadeira febre, que é caracterizada por um aumento anormal da temperatura corporal.
Se você estiver experimentando febre persistente ou outros sintomas preocupantes, é essencial buscar uma avaliação de um profissional da saúde para descartar qualquer condição médica subjacente.
É fundamental lembrar que cada corpo reage de maneira única à amamentação e à hiperlactação.
Assim, se para a sua amiga a hiperlactação durou pouco e não causou nenhum problema persistente, isso não significa que com você será do mesmo jeito.
Se você se deparar com sintomas como febre ou desconforto durante a amamentação, não hesite em buscar orientação profissional, seja com o médico de sua confiança ou uma consultora de amamentação competente.
Sinais de hiperlactação na mãe
Quando se trata de amamentação, é importante que as mães reconheçam os sinais tanto da baixa produção de leite quanto da hiperlactação.
Se você acredita que pode estar enfrentando uma hiperlactação ou se apenas quer aprender a identificar os sintomas para lidar com a hiperlactação caso um dia ela venha a acontecer, fique atenta aos sinais abaixo:
- Seios constantemente cheios e desconfortáveis: se você sentir que seus seios estão sempre cheios, firmes e até mesmo doloridos, mesmo após as mamadas, este pode ser um sinal de hiperlactação;
- Sensação de inchaço: quando a mãe lactante sente que seus seios estão maiores e sempre inchados, como se fossem muito pesados para ela, este também é um sinal típico de hiperlactação;
- Vazamento excessivo de leite entre as mamadas: caso se depare frequentemente com suas roupas molhadas de leite, mesmo nos horários em que você normalmente não amamenta seu bebê, também é provável que você esteja produzindo mais leite do que o necessário;
- Formigamento e dores durante a amamentação: a sensação de inchaço e peso pode levar a um formigamento nos seios tanto antes quanto durante as mamadas, além de dores no momento em que o bebê faz os movimentos de sucção;
- Esguichos de leite durante as mamadas: o esguicho também é um sinal comum da hiperlactação e ocorre quando o leite jorra abundantemente sem que o bebê faça qualquer esforço para extraí-lo da mama.
Quais os sintomas da hiperlactação no bebê?
Seu bebê também pode te ajudar a identificar os sinais da hiperlactação. Como vimos, esta situação pode causar desconfortos tanto para você quanto para ele.
Veja em seguida quais são os sintomas da hiperlactação no bebê:
- Mamadas rápidas e intensas: se o seu bebê parecer mamar com muita intensidade e rapidez, isso nem sempre será um sinal de que ele está com muita fome. Pode ser um sintoma de hiperlactação, pois as mamadas rápidas podem indicar que o bebê está tentando acompanhar o fluxo intenso de leite;
- Engasgos ou desconforto durante as mamadas: alguns bebês podem apresentar sinais de engasgo, tosse ou desconforto durante as mamadas, especialmente se o fluxo de leite for muito rápido e volumoso. Se você tem a sensação de que o seu pequeno está lutando para acompanhar o ritmo do seu fluxo de leite, este é um sinal clássico de hiperlactação;
- Interrupções frequentes nas mamadas: se a ejeção do leite for muito intensa e o bebê receber um volume de leite maior do que consegue armazenar em sua boca, pode ser que ele solte o seio várias vezes durante a mamada, que deixa de ser tranquila e reconfortante;
- Flatulências excessivas: ao receber uma grande quantidade de leite em um curto intervalo de tempo, o organismo do bebê pode não conseguir se adaptar, levando ao desconforto abdominal e às flatulências em excesso;
Como evitar a hiperlactação?
A hiperlactação pode ser desafiadora para muitas mães, mas existem algumas estratégias que podem ajudar a prevenir ou minimizar esse problema. Vamos falar sobre elas em seguida:
- Considere adotar a amamentação em livre demanda: amamentar o seu bebê sempre que ele der sinais de que deseja mamar pode te ajudar a regular a produção de leite materno, evitando o acúmulo excessivo de leite nos seios e fornecendo ao seu organismo as indicações necessárias para que ele produza o leite conforme a necessidade;
- Faça uma drenagem completa dos seios a cada mamada: certifique-se de esvaziar completamente os seios durante as mamadas, permitindo que o seu bebê mame em um seio até esvaziá-lo antes de oferecer o outro seio. Uma drenagem completa dos seios ajuda seu corpo a entender qual é a quantidade certa de leite que o seu pequeno precisa, evitando a produção excessiva;
- Evite estimular excessivamente a produção de leite: estimular os seios desnecessariamente, seja com o auxílio da bomba tira-leite ou com as extrações manuais muito frequentes, pode indicar ao seu corpo um “pedido” para que ele aumente a produção de leite. Portanto, se você não está lidando com uma baixa produção, é melhor evitar estimular os seios quando você não estiver amamentando, a menos que isso seja necessário para alívio do desconforto;
- Tome cuidado com os medicamentos: preocupadas com a garantia desse alimento tão precioso para seus bebês, muitas mães consomem medicamentos com vistas ao aumento ou estímulo da produção de leite. Mas esse consumo precisa ser criterioso e feito com a orientação de um profissional especializado e atualizado sobre o assunto, pois além dos diversos efeitos colaterais, esse tipo de medicamento pode acabar levando à hiperlactação.
Como lidar com a hiperlactação?
Se você leu os tópicos anteriores e chegou à conclusão de que você já está lidando com a hiperlactação, é importante ajudar o seu organismo a regular a produção de leite da forma mais adequada possível.
Nesse caso, todas as orientações do tópico anterior são igualmente válidas. Remova da sua rotina todos os elementos ou hábitos que possam estar levando o seu corpo a produzir mais leite do que o seu bebê necessita, incluindo as ordenhas excessivas.
É natural que a mãe, diante da hiperlactação, sinta uma vontade incontrolável de esvaziar os seios e faça ordenhas com muita frequência. Mas isso pode levar à persistência do problema.
Não estamos dizendo que você não pode fazer ordenhas de alívio. Mas é preciso usar as técnicas certas e extrair pequenas quantidades de leite, para não estimular demasiadamente a produção.
Além disso, é importante não hesitar em procurar a orientação de um profissional especializado em lactação. Uma consultora de amamentação, por exemplo, pode oferecer suporte individualizado e orientações específicas para ajudá-la a gerenciar a sua produção de leite de forma eficaz.
Se a sua meta é conduzir o seu processo de amamentação de forma plena e tranquila, o “Plano A”, meu curso de preparação para amamentação, oferece o caminho ideal até o seu objetivo.
Com ele, você tem acesso a todo o conhecimento técnico e acolhimento necessários para evitar tanto a baixa produção de leite quanto a hiperlactação, além de conhecer as melhores técnicas e estratégias para manter seu pequeno bem nutrido e evitar as armadilhas que roubam a sua amamentação.