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Fórmula Infantil: quando ela é realmente indicada?

Muitas mães acreditam estar utilizando a fórmula infantil porque não conseguem amamentar, quando, na verdade, o que ocorre é o oposto: elas não conseguem amamentar porque introduziram precocemente a fórmula infantil.

Isso acontece por conta da indicação precoce da fórmula em um momento em que a mãe pode se sentir insegura ou confusa.

Além disso, a utilização de bicos artificiais também acaba comprometendo a produção de leite, por conta da confusão de bicos, que pode culminar em um desmame precoce.

Se você recebeu a recomendação de utilizar a fórmula infantil mas não tem certeza se ela é realmente necessária para o seu caso, continue a leitura.

Nos próximos tópicos, vamos abordar as principais situações em que, de fato, a fórmula infantil é indicada.

Mas, antes disso, é bom lembrar alguns casos que costumam ser vistos erroneamente como justificativas para a introdução da fórmula: 

6 situações que não são prerrogativas para a introdução de fórmula infantil

Existem alguns mitos que fazem mães por todo o país recorrerem às fórmulas infantis como grandes salvadoras de situações que nem mesmo eram um problema. Quer ver só? 

  • Seu bebê chora com frequência: o choro é a maneira como o bebê se comunica e isso significa que ele pode chorar por vários motivos além da fome, como necessidade de presença, saudades da mãe, frio, calor, sede, etc. Acolha-o e mantenha a calma; 
  • Seu bebê acorda à noite: nos primeiros meses o bebê deve ser amamentado em livre demanda a qualquer hora do dia ou da noite. Isso porque o estômago dele é bem pequeno, e o metabolismo é acelerado. Não duvide da qualidade do seu leite; 
  • Você fez uma cirurgia mamária: ter feito uma cirurgia mamária não necessariamente vai te impedir de amamentar. Isso depende da quantidade de tecido mamário removido durante a cirurgia. Não desista antes de tentar, e, caso não consiga produzir leite suficiente, a amamentação mista é uma ótima alternativa; 
  • Você precisou usar antibióticos: a maioria dos antibióticos são seguros para o uso durante a amamentação, você pode tirar sua dúvida no site www.e-lactancia.org. Caso o antibiótico prescrito não seja compatível com a amamentação, pergunte ao seu médico se é possível trocá-lo; 
  • Você recebeu anestesia: não há recomendação de suspender a amamentação por conta do uso de anestesia;
  • Você precisa voltar ao trabalho: com planejamento, uma rotina de ordenha bem planejada e um estoque de leite materno, seu bebê pode continuar tendo acesso ao seu leite enquanto você trabalha. 

É muito importante buscar informações embasadas e a orientação de profissionais atualizados, pois cada caso é diferente e pode ser que você realmente precise recorrer à fórmula infantil. Vamos falar sobre esses casos a seguir.

5 situações em que a fórmula infantil é realmente indicada

A fórmula infantil não é uma vilã no processo de crescimento e nutrição do seu bebê. Em diversos casos ela realmente deve ser ofertada ao bebê. Vamos ver a seguir quais são eles:

Baixa produção de leite materno

A maioria dos casos em que há uma produção insuficiente de leite materno pode ser solucionada com a ajuda de uma rotina de ordenha bem planejada.

Este é o caminho mais eficaz para estimular a produção de leite e pode garantir que o seu bebê seja alimentado com o seu leite, mesmo que não seja diretamente através da amamentação. 

É importante lembrar também que por conta dos “pitacos” de familiares e profissionais da saúde desatualizados, muitas mães têm a sensação de estarem produzindo pouco leite sem realmente estarem.

Por isso é tão importante pesquisar sobre o assunto e avaliar o desenvolvimento e a satisfação do seu bebê.

Em contrapartida, algumas mães enfrentam situações em que a baixa produção de leite é um fato permanente, como ocorre no caso de algumas cirurgias mamárias, que comentaremos no próximo tópico. 

Nesses casos, é importante manter o acesso do bebê ao leite materno, mesmo que este não seja o único alimento oferecido a ele.

Ou seja, detectada a baixa produção de leite, a melhor solução sempre será o aleitamento misto: a fórmula associada ao leite materno, de preferência sem a utilização dos bicos artificiais. 

Existem copinhos e colheres dosadoras especialmente desenvolvidos para o aleitamento do bebê, que evitam a confusão de bicos. 

Cirurgia mamária que compromete a produção de leite

É importante ter em mente que o simples fato de ter feito uma cirurgia mamária não te impede de amamentar o seu bebê e não necessariamente justifica a introdução da fórmula infantil.

A sua capacidade de amamentar vai depender do tipo específico de cirurgia que você fez e de como ela afetou a sua anatomia e as funções das suas glândulas mamárias.

Em muitos procedimentos, como os de colocação de implantes ou os que envolvem pequenas mudanças estéticas, não há impedimentos para a amamentação

Mas alguns outros, como os que envolvem, por exemplo, reduções mamárias extensas ou mastectomias, podem afetar a produção de leite mais drasticamente. 

Cada situação é única e é fundamental que você não se paute pela experiência de outras pessoas. Procure a orientação médica adequada e conte também com uma boa consultora de amamentação.

Caso a sua cirurgia impacte a amamentação mas não a inviabilize totalmente, a fórmula infantil pode funcionar como um complemento. 

Mães com doenças que podem ser transmitidas pelo leite

As doenças mais comuns como gripes, resfriados e infecções respiratórias em geral não são transmitidas através do leite materno e, portanto, não devem impedir a amamentação. Isso vale inclusive para o coronavírus.

Mesmo assim, é importante lembrar que uma mãe infectada com a doença deve ser cuidadosa, mantendo a circulação de ar em casa, usando máscaras e lavando as mãos com frequência, pois doenças respiratórias podem ser transmitidas a partir do contato físico. 

Nesses casos, não é indicado parar de amamentar, uma vez que o vírus causador da doença não é passado pelo leite, mas os anticorpos sim! Ou seja, ao amamentar, você está protegendo o seu bebê.

Contudo, alguns vírus, como o HIV, podem ser transmitidos pelo leite e, quando a mãe é portadora, a fórmula infantil pode ser a melhor alternativa.

Nesse caso, a OMS recomenda que cada país estabeleça suas próprias orientações e o posicionamento do Ministério da Saúde brasileiro contraindica a amamentação para as mães soropositivas. 

Está em dúvida sobre quais vírus podem ser transmitidos pelo leite materno? Lembre que o leite é produzido a partir do sangue da mãe, portanto, doenças transmitidas pelo sangue também são transmitidas via leite materno.

Alguns exemplos são: hepatites, HIV, HTLV, mononucleose e citomegalovírus.

Mãe que precisa se ausentar e não contam com um estoque de emergência

Como vimos na introdução deste artigo, o retorno ao trabalho não precisa ser o causador do desmame do seu bebê.

Com o planejamento adequado, é possível criar uma rotina de ordenha e garantir o aleitamento mesmo que você precise se ausentar.

Mas vale lembrar que imprevistos podem acontecer, e se você não se planejou para ter um estoque de emergência, pode precisar recorrer à fórmula infantil. É o caso de mães que podem precisar viajar ou passar por uma cirurgia.

Nessas situações, a fórmula infantil será a melhor alternativa e poderá ser oferecida ao ao bebê temporariamente, principalmente se ele tem menos de 6 meses e ainda não come alimentos sólidos.

Se você quiser continuar amamentando depois desse período, é importante manter uma rotina de ordenha no período em que você estiver afastada do seu bebê, para continuar estimulando a produção de leite e retomar a amamentação quando você retornar.

Ausência de leite materno

Podemos concluir, portanto, que a principal indicação de fórmula é a ausência de leite materno, seja porque a mãe está com baixa produção ou porque precisou se afastar do bebê e não tem um estoque de emergência.

Existem situações em que a produção de leite materno não é possível. Seja por problemas de saúde, por conta de cirurgias ou pelo uso de determinados medicamentos, algumas mães precisam lidar com a ausência da produção de leite. 

Nesses casos, em que não é mesmo possível oferecer leite materno ao bebê, a fórmula infantil é a alternativa mais recomendada. 

Porém é importante ter certeza sobre esta condição e analisar se uma rotina de ordenha não poderia ajudar a recuperar a produção de leite

Além disso, você precisa compreender se a ausência do leite materno é uma condição permanente.

Existem situações que inibem a produção do leite de forma temporária. Isso pode ocorrer, por exemplo, por conta de fatores como estresse e ansiedade, além das poucas horas de sono. 

Em muitos casos, é possível recorrer à fórmula para bebês temporariamente e recuperar a amamentação a partir do estabelecimento de uma rotina de ordenha.

Se você passou por um período em que precisou suspender a amamentação mas quer recuperá-la, você precisa conhecer as técnicas certas de extração para estimular a produção de leite.

A recomendação é a mesma se, após a leitura deste artigo, você concluiu que estava enganada sobre a suposta necessidade de recorrer à fórmula para bebês.

No curso “Como aumentar a produção de leite materno” você tem acesso a informações valiosas para criar uma rotina de ordenha utilizando as técnicas mais eficientes.