Você sabe o que é desmame precoce? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desmame precoce é quando a amamentação deixa de ser feita antes que o bebê complete dois anos de idade.
Isso porque a recomendação, tanto da OMS quanto do Ministério da Saúde, é de o bebê seja amamentado até os dois anos de idade ou mais, sendo o leite materno exclusivo até os seis meses.
Também podemos entender o desmame precoce como aquele que ocorre a qualquer momento sem que este seja um desejo da mãe.
Nesse contexto, é importante fazer com que as informações sobre o assunto circulem, para termos mães muito bem informadas, capazes de tomar as melhores decisões e até de questionar alguns profissionais da saúde que acabam fazendo recomendações inadequadas.
Nos próximos tópicos, você vai conferir as principais consequências e causas do desmame precoce. Continue a leitura!
Consequências do desmame precoce
Não são raras as situações em que mães ouvem de profissionais da saúde algo como: “para que tanto esforço em amamentar se existem as fórmulas infantis?”
É claro que existem situações, na maioria das vezes temporárias, em que a fórmula será necessária, mas os esforços para proteger e manter a sua amamentação são fundamentais.
Isso porque as consequências do desmame precoce são muitas. E é sobre elas que falaremos a seguir:
Riscos para a saúde do bebê
O leite materno é o alimento mais completo e adequado para o bebê. Nenhuma outra opção será tão eficiente do ponto de vista nutricional.
Sendo assim, o desmame precoce pode expor a criança a alergias, infecções, doenças respiratórias, problemas gastrointestinais, obesidade, entre outras possibilidades.
Perda dos benefícios da amamentação
O bebê deixa de ter acesso a componentes do leite materno como enzimas e anticorpos, que favorecem, entre outras coisas, o desenvolvimento do sistema imunológico.
Além disso, o próprio ato de amamentar cria momentos de interação e conexão muito fortes entre mãe e filho, que merecem ser aproveitados.
Possível impacto no desenvolvimento cognitivo do bebê
A amamentação está associada a benefícios cognitivos e de desenvolvimento, que podem ser interrompidos ou prejudicados com o desmame precoce.
Um estudo realizado pela Universidade de Oxford associou a duração do período de amamentação a um QI mais alto na adolescência. Mesmo os bebês amamentados por pouco tempo tiveram melhores resultados em testes de cognição do que aqueles que nunca foram amamentados
Maior custo financeiro
Além de não ser tão eficiente quanto o leite materno, a fórmula infantil tem um custo considerável, que pode impactar as finanças da família, podendo custar entre R$ 200 e R$ 400 a lata.
Muitas famílias acabam recorrendo a opções menos adequadas, como o leite de vaca ou o leite em pó, ao perceber o quanto a compra da fórmula impacta no orçamento familiar.
Impacto emocional para a mãe
O desmame precoce pode desencadear sentimentos como frustração, culpa e tristeza e, até mesmo, a depressão pós-parto.
É claro que existem várias formas de conexão entre mães e bebês, mas a amamentação é uma das mais simples e profundas. Quando ela é interrompida precocemente, a saúde emocional da mãe pode ser prejudicada, principalmente se este era um sonho daquela mulher.
12 situações que causam desmame precoce
Se o seu desejo é amamentar o seu filho, é importante aprender a identificar as armadilhas que podem roubar sua amamentação, para não cair em nenhuma delas. Conheça algumas delas a seguir:
Prescrição precoce de fórmula infantil
Profissionais da saúde podem indicar a utilização da fórmula infantil ao menor sinal de dificuldade em amamentar, sem que todas as alternativas sejam exploradas.
Talvez você conheça alguém que teve um bebê que precisou ficar internado assim que nasceu. Nesses casos, é muito comum (infelizmente) que esses bebês sejam aleitados com fórmula na UTI, impedindo que o estímulo correto no seio da mãe e causando o desmame precoce.
Para se livrar dessa armadilha é preciso fazer a ordenha de leite no hospital, para estimular a descida do leite e permitir que o bebê possa ser aleitado com o leite da mãe, mesmo que não possa ser amamentado.
Bicos artificiais
Aqui estão incluídos a chupeta, a mamadeira e o bico de silicone. Este último pode ser útil em alguns casos e de forma temporária, mas, em geral, esses recursos podem provocar confusão de bicos, que pode fazer com que bebê não aceite mais o seio da mãe.
Nesse caso, a melhor solução é não oferecer essas opções ao seu bebê. Se você já ofereceu, o ideal é retirá-las o quanto antes da rotina dele.
Baixo ganho de peso
O peso não pode ser o único critério para decretar a prescrição de fórmula. Cada bebê tem seu próprio ritmo de ganho de peso e os aspectos qualitativos como a satisfação e desenvolvimento do bebê devem ser considerados.
Escolha um pediatra atualizado em relação ao assunto e que tenha disponibilidade para analisar o caso específico do seu bebê, considerando os marcos de desenvolvimento dele e também a sua vontade.
Dor ao amamentar
Problemas como fissuras ou a pega inadequada do bebê podem causar dor. Nesses casos, é preciso resolver a raiz do problema, que certamente não é a amamentação em si.
Você deve procurar uma consultora de amamentação para avaliar o que está causando a dor na amamentação e te ajudar a posicionar o bebê da maneira correta, além de fazer tratamento com laser para a melhora das fissuras.
Acreditar que se ninguém da família amamentou, você também não vai
Não há comprovações de que dificuldades na amamentação sejam genéticas. Então, não se preocupe se a sua mãe, sua tia ou sua avó não amamentaram os filhos.
Suas familiares podem ter tido a amamentação roubada, sobretudo em outras épocas em que as informações sobre o tema não eram tão acessíveis.
Se isso aconteceu em sua família, você pode quebrar este ciclo. Não se atenha a esse tipo de crença.
Choro do bebê
O bebê chora por vários motivos, é a maneira como ele se comunica, a fome é apenas uma das inúmeras possibilidades. Não se desespere.
É provável que você já tenha ouvido alguma história sobre mães que reconhecem os tipos de choro de seus bebês.
É justamente isso que você precisa fazer. Busque entender as outras causas possíveis para o seu bebê chorar e conte com informações e recursos para saná-las.
Acolher o seu bebê é muito importante, mesmo que a princípio você não entenda o que ele precisa. Aos poucos, essa comunicação vai sendo aprimorada e você vai se sentir mais segura.
Rede de (des)apoio
Tenha cuidado com os palpites das pessoas próximas. Algumas vão dizer que o bebê precisa de fórmula porque é muito pequeno e o seu leite é “fraco” e outras vão dizer que o bebê precisa de fórmula porque ele é muito grande e o leite materno não é suficiente.
Ou seja, sempre haverá uma desculpa que desestimula a amamentação. Aprenda a identificar e dispensar os pitacos infundados.
Introdução precoce de outros alimentos
Sabe aquela recomendação de dar um chazinho para aliviar a cólica ou um mingau para o bebê dormir melhor? Isso não é necessário e, mais do que isso, pode ser maléfico para o seu bebê.
Mais uma vez você vai precisar identificar as recomendações desatualizadas para conseguir fazer o que é realmente melhor para o seu bebê e para você.
Pediatra desatualizado
Ao escolher um médico, procure saber se ele acompanha as pesquisas recentes sobre amamentação e se faz cursos de atualização.
São frequentes as recomendações e prescrições desatualizadas. Por exemplo, se o pediatra do seu filho ou filha recomenda que a introdução alimentar comece antes dos 6 meses, já pode procurar outro médico.
Comparações
Não importa se o bebê da sua amiga está ganhando mais peso que o seu. O importante é saber se o seu bebê está alimentado e se desenvolvendo bem.
Você deve acompanhar a curva de ganho de peso e crescimento do seu bebê, que é única e deve ser o seu parâmetro de análise.
Volta ao trabalho
Alguém te disse que é preciso interromper a amamentação para voltar ao trabalho? Não dê ouvidos!
Com o devido planejamento, seu bebê pode continuar tendo acesso ao leite materno, mesmo que você precise passar várias horas fora de casa todos os dias.
Para isso, você precisa estabelecer uma rotina de ordenha algum tempo antes de retornar ao trabalho, para criar um estoque de leite.
Essa rotina deve ser mantida posteriormente, tanto para que o leite esteja disponível em casa quando você estiver no trabalho quanto para manter a sua produção de leite.
Além disso, também é importante que a pessoa que vai cuidar do seu bebê na sua ausência saiba oferecer o leite materno em um dispositivo seguro, como copos e colheres dosadoras. Lembre-se: nada de mamadeira.
Falta de preparação
É comum pensar que a amamentação é um processo natural e instintivo, mas muitas vezes não é. É preciso estudar e se preparar para esta missão.
O ideal é a busca por informações já durante a gravidez, mas, se este não foi o seu caso, não se sinta culpada.
Não é tarde para entender tudo sobre o processo de amamentação e oferecer o melhor ao seu filho. Eu estou aqui para te ajudar.
Se você chegou à conclusão de que está caindo em uma armadilha e sua produção já está diminuindo, vale a pena tentar resgatar a sua amamentação.
A rotina de ordenha e as técnicas certas de extração são a solução mais eficiente nesse caso e é isso que você aprende no curso “Como aumentar a produção de leite materno 2.0”.
Acesse a página do curso e confira os temas dos 20 módulos, que já ajudaram mais de 2.500 famílias a evitarem o desmame precoce. Até o próximo conteúdo!