Alguém recomendou a fórmula infantil como complemento à amamentação do seu bebê, mas você tem dúvidas se esse é o melhor caminho? Entende os riscos e benefícios do aleitamento misto?
O aleitamento misto ocorre quando a mãe, além de oferecer o leite materno, complementa a alimentação do bebê com a fórmula infantil.
Esse quadro pode ser uma necessidade, mas, muitas vezes, os critérios utilizados para avaliar a necessidade do complemento são questionáveis.
É importante avaliar diversos aspectos relacionados ao bem-estar, à rotina e à saúde do seu pequeno, além da sua produção de leite materno antes de optar pela utilização da fórmula.
Não basta se ater a detalhes isolados, como o ganho de peso ou a quantidade de mamadas durante o dia. E não há ninguém melhor que uma mãe bem informada para tomar as melhores decisões em benefício do seu bebê.
Por isso, ao longo deste artigo, vamos explicar quais são as falsas indicações de fórmula infantil e os casos em que o aleitamento misto realmente pode ajudar a garantir a saúde e o bem-estar do bebê.
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Quando a fórmula NÃO é necessária?
Não existe alimento mais completo e favorável para a saúde do seu bebê que o leite materno. Ele contém as mais preciosas vitaminas e anticorpos que vão proteger a criança de doenças e infecções e garantir que ela cresça saudável.
Além disso, ele se adapta à necessidade do bebê. Ou seja, se o bebê fica gripado, o leite da mãe produz anticorpos que ajudarão no combate à infecção.
Então, havendo condições, a recomendação será sempre a de priorizar o seu leite como alimento principal, senão o único, a ser consumido pelo seu filho.
Sendo assim, o primeiro passo para entender quando a fórmula infantil não é necessária é rechaçar a ideia do “leite fraco”. Não existe leite materno fraco.
Se o seu bebê mama muitas vezes ao longo do dia e acorda várias vezes durante a madrugada para mamar, isso é perfeitamente normal.
O sistema digestivo dele está em desenvolvimento e ele ainda está aprendendo a identificar as sensações de fome e saciedade.
Além disso, nem sempre o bebê chora por estar com fome. O choro é a maneira como ele se comunica.
Ele pode chorar por estar com frio ou calor. Por estar com a fralda molhada. Por saudade da mãe. Ou apenas para te chamar para ficar com ele. Este não é um problema.
Acolha o seu pequeno e lembre-se de que esta fase vai passar muito rápido. Em pouco tempo, ele vai aprender novas formas de se comunicar e você vai compreender melhor suas necessidades.
Muitas mães recorrem ao aleitamento misto como solução para situações que não chegam a ser problemas e que não inviabilizam o aleitamento materno exclusivo.
Outro fator que acaba incentivando a introdução da fórmula infantil como alimento complementar é o retorno ao trabalho depois da licença maternidade.
Se você vai precisar ficar várias horas por dia longe do seu bebê, planejar uma rotina de ordenha do leite materno é totalmente viável.
Protegendo a sua produção de leite, você consegue extraí-lo e armazená-lo para que a pessoa que vai cuidar do bebê na sua ausência ofereça o leite a ele.
É claro que isso requer planejamento. Então, pense sobre o retorno ao trabalho e a extração do leite com a maior antecedência possível.
Em resumo, se o seu bebê está saudável, feliz, se desenvolvendo bem e demonstrando satisfação e saciedade depois de mamar no peito, o aleitamento misto não é necessário.
Quando o aleitamento misto é a melhor opção para o seu bebê?
O aleitamento misto pode ser necessário em circunstâncias específicas, como no caso das mulheres que passaram por uma cirurgia mamária e daquelas que estão lidando com uma baixa produção de leite materno.
No primeiro caso, é importante dizer que nem toda cirurgia na mama vai prejudicar a amamentação.
Inclusive, na maioria das cirurgias estéticas há um cuidado para que as glândulas mamárias não sejam afetadas.
No entanto, algumas cirurgias, como as mastectomias e as de redução da mama podem afetar a capacidade da mãe de produzir todo o leite necessário para a alimentação do bebê.
Tenha em mente que cada cirurgia é única. Você pode estar passando por uma baixa produção de leite materno sem que isso tenha a ver com a cirurgia mamária que você fez.
Não se paute pela experiência de outras pessoas. Um mesmo tipo de cirurgia pode comprometer a lactação para uma mãe mas não para outra.
Nas situações em que a cirurgia acarreta uma baixa produção de leite materno de modo permanente, o aleitamento misto é a opção mais viável, pois ainda que a sua produção de leite seja baixa, se há leite materno, seu bebê pode ser beneficiado com ele.
Com a ajuda de uma consultora de lactação, você pode encontrar a maneira ideal de combinar a amamentação com o oferecimento da fórmula infantil ao seu bebê.
Mas lembre-se de, na hora de oferecer a fórmula infantil, utilizar copos ou colheres dosadoras especialmente desenvolvidos para este fim. Não ofereça a mamadeira ou qualquer outro bico artificial ao seu filho.
Isso pode levar à confusão de bicos, que vai fazer com que o bebê prefira a mamadeira ao invés do peito. E sem o estímulo no peito, há uma redução da produção de leite.
No caso das mães que estão lidando com uma baixa produção de leite materno mas não passaram por nenhuma cirurgia mamária, é importante pensar nessa situação como temporária e reversível.
A dificuldade em produzir a quantidade de leite necessária para satisfazer plenamente o seu bebê pode ocorrer por diversas razões que vão desde o cansaço, o estresse e as questões emocionais até os desequilíbrios hormonais e outros problemas de saúde física.
Nesse caso, se você protege a sua produção de leite e a estimula ao mesmo tempo em que busca resolver as questões que causaram a baixa produção, é possível adotar o aleitamento misto apenas temporariamente.
Você pode aumentar a sua produção de leite e retomar o aleitamento materno exclusivo de forma bem-sucedida seguindo o protocolo do Bebê Sem Fórmula.
O segredo é manter o acesso do seu bebê ao leite materno de forma contínua, mesmo que ele também esteja consumindo a fórmula.
Nesse caso, valem as mesmas regras sobre evitar os bicos artificiais e preferir os copinhos e colheres para o oferecimento da fórmula infantil ao bebê.
Assim, o bebê continua mamando ao longo de todo o processo e não corre o risco de rejeitar o peito em algum momento.
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